Sábado é dia da Coluna do Binho Manenti

Postado em 05/12/2020, 9:00

Confira a resenha do nosso colunista convidado Binho Manenti, onde ele analisa essa “convergência divergente” entre o analógico e o digital.

Digital vs Analógico: revolução na música e tecnologia

Por Binho Manenti

Estamos vivendo uma revolução da música que está transformando o cenário musical de uma forma jamais vista anteriormente, onde o analógico e o digital dividem espaço e opiniões, porém andam de mãos dadas. Hoje o vintage também é atual, e ser moderno não depende mais apenas da sonoridade, mas também da forma de comunicar sua música ao público, afinal o consumo de música e arte hoje está cada vez mais nas plataformas digitais.  Mas afinal, onde estamos? Para que lado devemos olhar?

Binho Manenti: de olho no futuro!

Costumo dizer que estamos vivendo a melhor era da música. Onde softwares, plugins e instrumentos virtuais estão acessíveis a todos e ainda existem equipamentos analógicos, como amplificadores valvulados e sintetizadores com circuito analógico. A tecnologia de hoje possibilita fazer música totalmente dentro do computador, em qualquer lugar e sem depender de um estúdio de áudio. Sendo assim, temos todas as possibilidades nesta era, ou seja, se quisermos um som analógico podemos ter, e se quisermos um som digital também é totalmente possível, e ainda, misturar os dois é surreal. Acho isso fascinante!

Hoje em dia produzo muitas trilhas de forma digital e muitas delas estão sendo reproduzidas mundo afora, seja em comerciais publicitários, em plataformas digitais como Spotify, Deezer, entre outros. E até mesmo em séries de TV. E olhando pra trás, eu jamais imaginaria que isto seria possível. Mas também utilizo algumas ferramentas e equipamentos analógicos em várias produções, e mantenho o meu esforço para que o analógico jamais perca o seu espaço. Para que sempre possamos nos servir dessas duas possibilidades. Já imaginou se o analógico morresse e tivéssemos apenas o digital hoje? Será que seria tão interessante e instigante quanto possuirmos os dois caminhos? 

O meu olhar é sempre para o futuro, porém reconhecer o passado e trazê-lo para os dias de hoje, só acrescenta e nos dá infinitas possibilidades de sons, sensações e texturas sonoras. Isso torna o nosso som interessante e inusitado, afinal, o público quer ser surpreendido pelo artista! Mantenha os pés firmes em direção ao futuro, mas sempre que puder dê uma olhada pra trás e perceba o quanto já percorremos, e saiba que muitas coisas do passado ainda são insubstituíveis em termos de sonoridade e expressão sonora. E o meu desejo é que elas tenham sempre o seu lugar na história e na vida dos artistas e produtores musicais.

Até a próxima pessoal!