O uso de NFTs na indústria musical

Postado em 22/08/2022, 11:00

Você já deve ter ouvido o termo NFT em algum lugar durante o último ano. Mas você sabe como essa nova tendência está sendo aplicada no mercado da música?

Primeiro, é importante entender que a sigla NFT significa Non-Fungible Token, ou seja, uma “moeda ou símbolo não-fungível”. Um bem não-fungível é aquele que não pode ser trocado ou substituído por outra coisa da mesma espécie ou valor.

Um exemplo para entendermos melhor: um dólar pode ser trocado por um dólar, certo? Mas uma música dos Beatles tem o mesmo valor de uma música do Frank Sinatra? Seria impossível fazer essa relação, não é mesmo? Assim, por serem artigos únicos e insubstituíveis, são considerados “não-fungíveis”.

A tecnologia NFT tornou-se uma tendência tão popular justamente pela possibilidade de interação com objetos virtuais e não-tangíveis de uma maneira totalmente inovadora.

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NFT no mercado musical

Na prática, a tecnologia representa um bem ou ativo digital, que pode ser acessado de forma exclusiva por quem o compra, assim como colecionado ou até mesmo comercializado por um valor ainda maior – fato que já gera controvérsias, como vamos discutir logo mais.

No mundo da música, a tendência surge como uma nova oportunidade de divulgação e venda para artistas, que precisam se reinventar constantemente em um mundo digital cada vez mais amplo.

Assim, artistas e produtores estão desenvolvendo materiais exclusivos para serem comercializados dessa forma, além de disponibilizarem versões originais ou raras para quem está interessado em desembolsar alguns milhares de dólares.

Nesse caso, a tecnologia apela para os gatilhos da exclusividade e da escassez, que o cenário atual do streaming havia “deixado de lado”. O que torna a compra dos bens tão atrativa é a oportunidade de ser o único dono de um produto raro e singular.

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Polêmicas e controvérsias

Porém, assim como toda nova tendência, o NFT também divide opiniões. A primeira grande controvérsia é a possibilidade de renegociação do produto adquirido – muitas vezes por um valor maior do que o pago para o artista.

Assim, a tecnologia permite que a arte seja negociada e consumida como um bem, e não enaltecida e avaliada apenas por seu valor artístico, transformando um atual mercado musical democrático em uma indústria dominada por pessoas com maior poder aquisitivo.

Porém, existem pessoas que veem essa transformação como algo positivo e acreditam que ela poderá valorizar ainda mais a arte e trazer possibilidades nunca antes imaginadas para o mundo da música.

O fato é que esse debate está longe de acabar. Diversos artistas já anunciaram propostas de venda de artigos como discos, vídeos, faixas, ingressos e outros colecionáveis.

Agora, é só continuar acompanhando o desenvolvimento dessa tendência e avaliando para onde ela levará a indústria musical atual.