“Meu sonho sempre foi ser um Rock Star”

Postado em 31/10/2018, 0:00

Marcos Chomen diretor da América Latina do CD Baby, empresa que possui mais de 800 mil artistas independentes cadastrados no mundo

 

Aos 15 anos, o jovem guitarrista montou a primeira banda. Nos anos 80/90 quase assinaram com uma gravadora, o que na época era o único caminho que se tinha para distribuir um disco e até mesmo conseguir uma agenda de shows fora da cidade. “Meu sonho sempre foi ser um Rock Star”, confessa Marcos Chomen, diretor da América Latina  do CD Baby.

Não assinaram com a gravadora, os ano se passaram e Marcos chegou a abrir um estúdio, mas seguiu por outro caminho. “Eu era programador e segui a carreira na área de Tecnologia da Informação chegando ao final como executivo da IBM”, explica Chomen.

A paixão e o sonho nunca o afastaram de estar envolvido com a música. Há seis anos, resolveu mudar e voltar a se dedicar ao que o move. “Procurei uma solução que pudesse ajudar artistas independentes como fui um dia” diz. Participou de inúmeras feiras como Womex, SXSW, CMJ New York e encontrou o CD Baby – loja de música online especializada na venda de CDs e downloads digitais de músicos independentes. “Foi amor à primeira vista, pois trazia uma solução que distribuía a música de artistas independentes para o mundo todo. Conversei com o CEO global e trouxe o CD Baby para o Brasil” explica Chomen.
Os avanços tecnológicos estão transformando tudo, já não nos comunicamos mais como antes, os  novos negócios estão baseado em tecnologia e Marcos conseguiu juntar o conhecimento na área de tecnologia e gestão com o mundo da música e assim ajudando artistas independentes.

Chomen não se considera um empresário que muda carreiras e explica que essa também não é a proposta do CD Baby. “Nós ajudamos artistas independentes em suas carreiras entregando soluções para uma grande parte do processo, distribuição digital para as lojas e serviços de streaming, monetização de youtube, pagamento de direitos autorais e ferramentas para divulgação e promoção, informações para desenvolvimento de carreira. Fico muito feliz (mesmo) de acompanhar artistas crescendo e construindo uma carreira e poder contribuir com uma parte disso”, fala.
A Cdbaby.com é uma empresa Global baseada em Portland e completa 20 anos em 2018. Sempre esteve no Brasil e no mundo, com uma estrutura de suporte com atendentes  em português e a tradução do website desde 2012. Tem uma filosofia DIY – Drive it Yourself – e sempre se dedica a dar dicas para artistas. Desde 2012 também possui o blog www.somosmusica.com.br que tem dicas para artistas, guias para download, etc…

São mais de 800.000 artistas em todo o mundo, da Guatemala a Romênia, do Japão as Ilhas Galápagos. Somente no Brasil, são em torno de 40.000 artistas cadastrados. Para se ter uma ideia, no ano passado a CD Baby pagou mais de 150 milhões de dólares aos artistas cadastrados.

Criado nos anos 90 por Derek Sivers, um artista independente que não conseguia distribuir suas músicas por não ter contrato com uma gravadora. O músico criou o CD Baby para vender seu álbum pela internet. “As bandas independentes acharam genial e colocaram também para vender os CD físicos no CD Baby.  Quando o iTunes lançou sua loja ele foi um dos primeiros a entregar conteúdo digital para a venda. Chama-se CD Baby, porque o artista independente lançava seu primeiro “bebê”, diz Chomen.
A música digital mudou os padrões de como a música hoje é acessada e consumida. Para Chomen, o volume de receitas destinada aos músicos vai aumentar quando a adesão a serviços pagos (ou subsidiados por empresas telefônicas, com por exemplo, Deezer ou Claro Música) aumentar, o que na opinião dele já vem acontecendo. “Veja que hoje o Spotify tem somente 170 milhões de ouvintes o que é muito pouco ainda, ou seja o potencial de crescimento é enorme e consequentemente a receita. Isso só ajuda toda a cadeia da música”, diz.
Segundo Chomen, o mercado musical continua mudando, os desafios são responder a essas mudanças de forma rápida. “Particularmente no Brasil a Indústria da Música era muito burocrática, com processo morosos e com um certo monopólio e controle da informação e processo. Vamos dar como exemplo licenciar uma música cover. Nós temos serviços nos EUA que se paga 13 dólares para licenciar uma música famosa, por exemplo dos Beatles. Tudo isso pela internet, sem burocracias e com preço justo onde todos vão ganhar. Se olharmos para o Brasil para licenciar uma música o processo é extremamente burocrático, pessoal, e caro.  As editoras estão no século passado e aparentemente não querem se modernizar, mas o mercado vai acertar isso. Por isso vemos novas empresas surgindo para ajudar toda a cadeia produtiva e velhas morrendo pois não se adaptaram” explica. Ainda diz que esse foi apenas um exemplo e destaca que o objetivo no CD Baby é dar para os artistas soluções para quase todos os processos: licenciamento, distribuição, pagamento de autoral, monetização do youtube, ferramentas de marketing e ainda mais soluções por vir.
De acordo com Chomen, eventos como o TUM Sound Festival congregam as pessoas da indústria musical. “É importante aproveitar esse momento que todos estão juntos  para discutir como podemos nos adaptar e o que precisamos fazer para endereçar essas mudanças a favor de toda a cadeia produtiva, do produtor ao técnico de estúdio, do artista ao produtor de show, da editora à casa de entretenimento”, destaca.
Marcos Chomen espera encontrar no TUM Sound Festival muita música e pessoas que amam e trabalham na música. “Tenho certeza que vou!”, conclui.

Música é…minha vida!