Live Tum Cult: a importância da identidade artística na carreira musical
Produtor musical fala dos elementos que compõe uma identidade artística, que vão desde o som à imagem
Sabe aquela banda que só de ouvir a introdução da música você já reconhece? E aquele jeito de compor exclusivo de algum artista? O jeito de falar, de tocar, de se vestir, de SER: tudo isso envolve a identidade artística.
“São marcas que tornam aquele artista algo diferente, que facilitam o reconhecimento das pessoas e até esse fomento de conhecer e consumir mais”, explicou Binho Manent na live da @tumcult desta terça-feira (21). O produtor musical afirmou que é preciso “ter uma identidade, ter um rótulo, pro público saber onde encontrar esse artista, que nicho ele faz parte”.
Parte de um todo
Para Binho, muitas vezes o artista não consegue evidenciar todas as suas potencialidades porque “acaba achando que a música seria o mote principal da coisa toda”. Enquanto, na verdade, “é uma ferramenta da comunicação que tá aliada a outras. E pra que isso como um todo se torne completo, é justamente a busca da identidade”.
Mas como extrair esse DNA? O produtor explica: “Eu costumo dizer que o artista é o somatório das suas experiências vividas, as suas referências, os estilos musicais que já encarou, com a própria verdade do artista, ou seja, o que ele é de fato”.
Elementos identitários
É claro que essa “verdade” inclui muitas coisas, como o timbre da voz, o instrumento que ele toca e alguns outros aspectos: “quem ele é, qual é a textura de voz dele, o que ele se encaixa, o que ele já tocou, que tipo de evento, qual é o objetivo dele”, relata. Outra dica é ter definido o comportamento do público alvo: “o que veste, que tipo de balada vai, que canais assiste, que seriado gosta”, sugere.
Depois disso, é lapidar. Mas, às vezes, isso é uma barreira para os produtores musicais. Binho conta que em alguns casos “o artista tem uma resistência em relação a alguns elementos artísticos, acham que é se vender ou acham que não é necessário”. Contudo, ele explica que é preciso buscar um equilíbrio com a realidade do mercado e pensar em estratégias e plataformas onde determinado som vai transitar melhor.
“Quando o artista tem a verdade dele não é nenhum produtor que vai conseguir mudar isso. O que pode fazer é propor um caminho, depende do artista abrir um pouco o coração”.