Live Tum Cult: a economia da cultura em tempos de pandemia
“A cultura tem que mostrar que além do fator econômico e da geração de empregos, é muito boa pra entregar cidadãos que pensam”.
Pensante que é, @lucianobalen colocou seus questionamentos e provocações na nossa live de ontem (28) sobre A Economia da Cultura. Ele acredita que a pandemia serviu para nos mostrar uma coisa: “não é a competição que vai nos salvar, é a colaboração”. Isso porque o setor está muito prejudicado e sem muitas perspectivas de apoios governamentais efetivos. “Nós, trabalhadores e profissionais da cultura, não só da música, a gente vai ter que começar a entender que agora a gente tem uma emergência”.
Mesmo aos trancos e barrancos, a cultura segue resistindo. Foi divulgada ontem uma pesquisa do Departamento de Economia e Estatística (DEE) baseada nas prestações de contas de projetos da Lei de Incentivo à Cultura do RS, entre 2014 e 2019. Alguns dados mostram que, dos projetos culturais, 30% é para contratação de artistas. Porém, Balen explica que há muitos outros serviços para destinar recurso também, como para estrutura, som, palco, cobertura e tudo mais que envolve um evento. Já a respeito dos festivais do estado, do total do investimento, 32% são investidos em festivais competitivos. Para ele, “as pesquisas ajudam a não errar muito”, mas é preciso também aliar intuição e ação para que se chegue em uma transformação.
Sobre o festival @musicaderua, o diretor acredita na probabilidade de acontecer em novembro, “imaginando que tudo vai dar certo, que as coisas vão andar, que a gente vai seguir protocolos”. Segundo Balen, há uma tendência que, por um período, a gente vai ter festivais que não vão trazer gente de muito longe, por causa das viagens, questões sanitárias etc. Mas para isso, a gente precisa criar e potencializar uma cena interessante na cidade.
A dica que ele deixa para o futuro é pensar em trabalhos cooperativos: “Não vai vencer o mais forte, vai vencer aquele que trabalhar como formiga”. Segundo o produtor, nesses tempos de pandemia, a primeira medida é cuidar de si mesmo, das suas famílias. “Depois a gente tem que pensar que isso talvez não passe. Mas tá cheio de gente genial no mundo, a gente precisa dessas pessoas. Então se aproxime de gente bacana, gente que é afim de construir”, declara. E você é uma delas, @lucianobalen.