João Bosco é homenageado embaixador do TUM em show no Boulevard 14/32
Daniel Silva @portalrifferama
João Bosco dispensa apresentações. Mestre da música brasileira, como foi chamado pela diretora do TUM Festival, Ivanna Tolotti, o artista subiu ao palco do Boulevard 14/32, no Floripa Airport, com o jogo ganho. Homenageado como embaixador do evento, Bosco, que participou de cinco das sete edições do TUM, recebeu uma placa e emocionou o público com 1h45 de show no último domingo (3). O cantor, violonista e compositor abriu a noite com o clássico “Incompatibilidade de gênios” e, dali em diante o que se viu foi um desfile de sucessos dos mais de cinco décadas de carreira. Com Ricardo Silveira (guitarra), Guto Wirtti (baixo) e Kiko Freitas (bateria), banda afiadíssima, João Bosco alternou baladas e canções mais agitadas, com um toque jazzístico. A sequência final, que incluiu um tributo ao parceiro Antonio Cicero (1945-2024), poeta falecido no dia 23 de outubro, foi de arrepiar: “Trem bala”, “Holofotes”, “Corsário”, “O bêbado e o equilibrista” e “Papel machê”.
Ovacionado pelo público que compareceu ao segundo dia do TUM Festival, o artista agradeceu a homenagem e afirmou que o evento é referência no país. “Estou muito feliz de estar aqui mais uma vez no TUM, que a gente tem o maior carinho, um festival que o Brasil todo conhece. Ser chamado carinhosamente de padrinho do festival me honra muito. Já estive aqui de diversas maneiras, com diversas formações, inclusive com essa, que é o quarteto. O desejo da gente é que esse festival siga o seu caminho iluminando as gerações que vão surgindo. Queria parabenizar a Ivanna e seus parceiros por essa empreitada que sei que não é fácil. Estamos aí sempre que precisarem da gente”, comenta João Bosco.
Coube às Suraras (significa guerreiras em Nheengatu) do Tapajós, de Alter do Chão, distrito de Santarém (PA), aquecer o público para o grande show da noite. Com uma apresentação vibrante, colorida e percussiva, Carol Pedroso (voz), Jaci Borari (curimbó e coro), Samara Borari (curimbó e coro), Adeline Borari (maraca, coro e apitos), Val Munduruku (maraca e coro), Estefane Galvão (banjo e coro) e Marina Campos (maraca, coro e dança) fizeram uma grande festa no Floripa Airport, representando a música da Amazônia. Surpresa com a receptividade ao carimbó, Val Munduruku falou sobre a oportunidade de tocar tão longe de casa.
“É um momento muito enriquecedor pra gente, de ver que a nossa cultura é valorizada. Através do nosso cantar a gente consegue passar a nossa mensagem de uma forma leve. Quem conhece o carimbó, sabe que é um ritmo que até então era tocado por mestres homens e a gente está quebrando isso, sendo o primeiro grupo de mulheres a tocar o carimbó. É gratificante ocupar esses espaços, é uma missão que a gente tem de levar a cultura do nosso Norte para todo o Brasil. As pessoas precisam conhecer e saber que isso também faz parte do nosso Brasil. A gente sai do nosso território e é abraçada pelo festival, ver o público dançando e cantando é mágico”, comemora.