Entre João e a Nuvem: Rhaissa

Postado em 04/09/2020, 19:01

Tum cult entrevista a cantora e compositora Rhaissa Bittar

Habitar. Morar. Fazer lar. Ser sol. Solar. Selar. Ser lar. Ser mar. Ser ar… Ser Rhaissa Bittar.

Se o alento de tudo é canção, a cantora soube nos confortar nessa quarentena. Um dos presentes mais bonitos deste nosso presente incerto foi o lançamento do videoclipe Alento. As imagens foram captadas no amanhecer do Rio de Janeiro pelo fotógrafo Marlon Amorim, quase como um improviso após um ensaio fotográfico. E o resultado da combinação entre a sutileza de Rhaissa e a natureza ficou primoroso. Nem a alergia no olho que ela estava atrapalhou. “Quando o ensaio ia encerrar, sugeri de filmarmos algo porque a luz do nascer do sol ainda estava muito bonito. Logo pensei na canção Alento (de Paulo Cesar Pinheiro) e improvisei o roteiro. Marlon mergulhou comigo e fez quadros maravilhosos. Fizemos apenas 2 takes de filmagem pra edição. E pronto. Pareceu um sonho”, conta.

O filme parece um sonho mesmo. E a edição contribui para isso. “Para costurar esse material com a história do álbum João, incluí na edição algumas cenas captadas com a máscara na Chapada dos Veadeiros para outro clipe”. A delicadeza da voz de cantora cria o cenário perfeito para quem vive com a cabeça nas nuvens e para João, o homem velho que ela descobriu em si, caracterizado pela máscara realista feita por Daiane Baumgartner. “Eu evito limitar a significação que as pessoas dão. Uma história é que o João morreu e a nuvem é a alma dele; ou que a máscara seja uma âncora e a cabeça de nuvem, o infinito”.

Tanto o álbum quanto o videoclipe são uma obra de arte, com diversas linguagens que se conversam e se complementam a todo momento. É que Rhaissa se descobriu uma contadora de histórias: “Sempre gostei muito de oferecer uma viagem, um mergulho, uma experiência pro público”.

Recentemente a cantora se apresentou na plataforma de streaming da @showlivre, que marcou o lançamento de Alento e de seu primeiro show solo. “Eu amei o desafio. Achei que levaria anos pra realizar isso. Com a quarentena, isso levou menos de quarenta dias”, conta.

Nesses tempos difíceis, ela se mantém serelepe e arteira. “Tento não parar de remar, criar, ouvir, me expressar e cantar”.

Apenas não pare, @rhaissabittar